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Foto do escritorRick Samajauskas

Admissão em universidades no exterior: primeiros passos

Uma longa jornada sempre começa com um primeiro passo: por onde começar o processo de admissão em uma instituição de ensino superior no exterior?


O processo de admissão universitária em outro país normalmente é acompanhado de muitas dúvidas e daquela sensação de não saber por onde começar - mas antes de qualquer decisão, saiba que é mais simples do que parece. Independentemente da escolha do país, instituição e curso sempre haverá um conjunto de providências objetivas e concretas que serão o ponto de partida comum a todas as opções disponíveis.


Acompanhe aqui neste post quais são os primeiros passos a serem dados.

Tomando por base uma graduação aqui no Brasil, estamos habituados a pesquisar as faculdades que oferecem o curso desejado, nos informamos sobre os prazos de inscrição para o vestibular, as datas das provas, a divulgação dos resultados. Estando entre os aprovados, partimos então para a matrícula no período estipulado pela instituição. Providenciamos os documentos necessários - normalmente o histórico escolar, uma cópia do RG, uma ficha de inscrição com dados pessoais e, no caso de instituições privadas, o comprovante de pagamento da primeira mensalidade. Feito isso, aguardamos o início do semestre letivo e podemos nos considerar oficialmente estudantes universitários daquela instituição.


No exterior, no entanto, este processo costuma ocorrer de maneira um pouco diferente pois não há necessariamente um vestibular com data pré-estabelecida e a admissão não dependerá do resultado de uma prova, mas sim de uma análise mais subjetiva do perfil acadêmico do candidato interessado em uma instituição de ensino superior seja ela qual for. Este período de candidaturas ocorre ao longo de vários meses e as vagas são preenchidas conforme as candidaturas vão sendo feitas. Você se candidatando logo que se inicia o processo seletivo terá sua candidatura avaliada independentemente de haver ou não outros candidatos. Você será aceito (ou não) baseado no seu perfil acadêmico independentemente de ser no início ou no término do período de candidaturas: havendo vagas, elas vão sendo preenchidas com os candidatos devidamente qualificados conforme os critérios internos daquela instituições. Sendo preenchidas as vagas disponíveis antes do término do período de candidaturas, novos candidatos entram em lista de espera.


Com alunos internacionais não é diferente e o processo é basicamente o mesmo - acrescido de algumas formalidades documentais que precisam ser providenciadas já no momento da candidatura.


O enxoval básico de uma candidatura internacional


Você deve estar se perguntando o que a palavra enxoval tem a ver com tudo isso, certo? Dizemos enxoval metaforicamente para descrever os documentos e providências que você deve tomar ANTES mesmo de se candidatar, uma vez que se trata de uma candidatura de um estudante internacional oriundo de um outro sistema de ensino e cuja língua materna não é necessariamente a mesma em que será ministrado o curso desejado. Veja a seguir o que compõe o enxoval e que você deve ter já em mãos mesmo antes de decidir para quais instituições pretende se candidatar


Tradução juramentada de seu Histórico Escolar

Certificado oficial de proficiência em língua estrangeira

Passaporte válido

 

Tradução juramentada do histórico escolar


No caso de uma graduação, o histórico escolar do Ensino Médio e o certificado de conclusão precisam ser já apresentados no momento da candidatura. Para programas de pós-graduação como um mestrado, por exemplo, em vez do histórico e certificado do Ensino Médio, será necessário apresentar o histórico e o diploma da graduação. Se for um doutorado, documentação do mestrado. E assim por diante.


Uma vez que estes documentos foram emitidos em língua portuguesa deverão ser enviados acompanhados de uma tradução oficial juramentada, de modo que o comitê de admissões na instituição pretendida tenha condições de analisar seu perfil acadêmico.


Há vários bons tradutores no mercado mas certifique-se de que tenham autorização oficial para emitirem traduções juramentadas. Se sua intenção é estudar fora do Brasil em algum momento, deixe já esta parte feita e guarde-a no seu enxoval de Higher Ed.


No caso de estudos em Portugal obviamente a tradução não se faz necessária, porém é necessário levar seus documentos originais num cartório e fazer o apostilamento - que nada mais é que um carimbo oficial certificando que o documento é idôneo e válido.


Certificação oficial de proficiência em língua estrangeira


Embora meio óbvio, essa é uma dúvida que muitos ainda têm: precisa falar inglês? (ou francês, alemão, espanhol dependendo do caso?) Sim. Não tem como fazer uma graduação ou pós sem falar a língua em que o curso é ministrado. Não se trata aqui de um programa de idiomas, mas sim de um curso universitário.


Para comprovar sua proficiência no idioma em questão é necessário apresentar o certificado de um teste oficial já no momento da candidatura. Os mais conhecidos são IELTS, TOEFL e DET (Duolingo) para o idioma inglês e também DELF/DALF, DELE, DaF para francês, espanhol e alemão respectivamente. De um modo geral, estes testes têm a validade de 2 anos e são aceitos na grande maioria das instituições.


O nível de proficiência exigido pode variar conforme a titulação pretendida, ou seja, o patamar para uma graduação costuma ser um pouco mais baixo do que para um mestrado, por exemplo. Uma boa referência para se ter é um nível B2 do Quadro Europeu de Referência para Línguas (CEFR) no caso de graduação e C1 para programas de mestrado em diante.


Esta costuma ser a primeira e principal "trava" no processo de candidatura, já que para ser um usuário eficiente de idioma estrangeiro num nível B2 do CEFR pode ser necessário algum tempo de treinamento e prática neste idioma. Se você já é um falante em nível pós-intermediário de língua estrangeira, prepare-se desde agora para obter a certificação e tenha esse documento também já pronto no seu enxoval para o momento em que for se candidatar num processo de admissão universitária.


Passaporte


Da mesma forma que para se matricular numa instituição de ensino brasileira é necessário apresentar um documento oficial de identificação (RG, CPF, etc) o mesmo raciocínio é válido para inscrições feitas em universidades no exterior.


Novamente caímos na questão internacional: o único documento oficial universal de identificação para cidadãos de diferentes nacionalidades é o passaporte. E como tal é solicitado no momento em que um estudante se candidata a uma vaga universitária - mesmo muito tempo antes da viagem acontecer.


No Brasil o passaporte tem validade de 10 anos (5 anos, para menores de idade) e é altamente recomendável que todos tenham este documento sempre em mãos dentro da validade. Mesmo que eventualmente não haja a intenção imediata de se fazer uma viagem internacional nunca sem sabe quando pode aparecer uma oportunidade inesperada.


Para se candidatar a uma vaga de estudos numa universidade o passaporte válido é item essencial para inscrição. Portanto, se você ainda não tem o seu ou teve mas está vencido, providencie o quanto antes.



 

Estes itens formam o que chamamos de enxoval básico para considerar uma candidatura em instituição de ensino superior no exterior. Sem eles não é possível iniciar o processo e por isso prepare seu enxoval mesmo antes de pesquisar e decidir o destino, a instituição e o curso pretendidos.


De posse deste kit básico, ele poderá ser utilizado em tantas candidaturas quanto necessárias, em mais de um destino e instituição. Uma vez aceito e aprovado em uma delas você pode decidir qual escolherá. Boa sorte e mãos à obra!

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