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Perguntas frequentes sobre o BridgeUSA, o intercâmbio High School com o visto J-1

  • Foto do escritor: Rick Samajauskas
    Rick Samajauskas
  • há 5 dias
  • 8 min de leitura

Atualizado: há 3 dias

Muito se ouve falar sobre o programa clássico de intercâmbio nos Estados Unidos, para alunos do Ensino Médio. Também conhecido como "intercâmbio J-1", o BridgeUSA é uma iniciativa do governo americano, através do Departamento de Estado, de fomentar a troca intercultural e apresentar os Estados Unidos a jovens de todas as partes do mundo. É um programa que existe há várias décadas, em que alunos secundários frequentam uma escola pública ao mesmo tempo que são hospedados por uma família anfitriã voluntária.


Selo oficial do U.S. Department of State, órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelos programas de intercâmbio BridgeUSA e High School J-1.
O programa BridgeUSA é supervisionado pelo U.S. Department of State, que regula os intercâmbios com visto J-1 em todo o país.

O post de hoje vai abordar algumas das perguntas mais frequentes que recebemos de estudantes e seus pais quando nos procuram para saber e entender deste que é o intercâmbio mais tradicional que existe - ou como muitos gostam de definir, "intercâmbio raiz".


Continue a leitura e veja as dúvidas mais comuns.


1 - Já que é um programa do governo americano, é gratuito?


No Brasil, o conceito de “público” costuma estar associado a algo gratuito — ou, pelo menos, que não exija um pagamento direto. No exterior, porém, iniciativas públicas nem sempre significam ausência de custos: “público” indica apenas que algo é conduzido, organizado ou regulamentado pelo governo.


Assim, respondendo de forma direta: não, o programa não é gratuito, embora seja regulamentado e parcialmente subsidiado pelo governo americano.


O que é coberto pelo governo americano?


As escolas públicas nos Estados Unidos são financiadas pelos impostos pagos pela população. Por isso, estudantes internacionais — cujas famílias não recolhem impostos no país — normalmente precisam reembolsar o governo pelos custos de estudar em uma escola pública.


O Departamento de Estado Americano, através do programa BridgeUSA, oferece, anualmente, um número limitado de vagas que dispensam esse pagamento, permitindo que alunos internacionais estudem em escolas públicas sem a taxa de ressarcimento. Além disso, a taxa SEVIS (vinculada ao visto J-1) tem um valor reduzido em comparação a outros tipos de visto, como o F-1.


Logotipo do programa BridgeUSA, iniciativa oficial do governo dos Estados Unidos voltada a intercâmbios culturais e educacionais.
BridgeUSA é o programa oficial de intercâmbio cultural do governo dos Estados Unidos, promovido pelo U.S. Department of State.

Quais são os custos envolvidos, então?


O Departamento de Estado regulamenta o programa (ou seja, requisitos e critérios, o que pode e o que não pode durante o intercâmbio. Porém não opera diretamente tudo o que está envolvido no processo, como por exemplo:

  • recrutamento, triagem e seleção de participantes;

  • recrutamento, triagem e seleção de famílias hospedeiras;

  • busca ativa por vagas escolares por todo o território norte-americano;

  • acompanhamento e suporte para estudantes, famílias e escolas durante a duração do programa;

  • recrutamento, seleção, treinamento e monitoramento das equipes envolvidas nesse ecossistema: coordenadores locais e regionais, recrutadores e captadores internacionais de candidatos ao programa;

  • emissão de documentação pertinente para obtenção do visto J-1;

  • emissão de seguro de saúde para os participantes;

  • resolução e mediação de eventuais conflitos, conforme a necessidade.


Para que tudo isso ocorra, esta tarefa é designada a empresas previamente cadastradas e autorizadas para esta operação - que no jargão do intercâmbio, são chamadas de sponsors. Um sponsor nada mais é que a entidade que promove o BridgeUSA em todos os seus aspectos, normalmente uma organização sem fins lucrativos e devidamente auditadas pelas autoridades e entidades americanas.


Como toda empresa séria e idônea, esta tem seus custos de manutenção, divulgação e marketing, instalações físicas, estrutura de sistemas e TI, custos com treinamento de pessoal, tributos e taxas municipais, estaduais ou nacionais, etc. Basicamente os custos envolvidos num programa J-1 estão relacionados a isso tudo. Assim, este não é um programa gratuito em sua essência.


2 - Como funciona a hospedagem numa host family?

Família anfitriã norte-americana recebendo estudante internacional em casa, representando o conceito de host family no programa J-1.
Famílias anfitriãs participam de forma voluntária, oferecendo ao estudante uma vivência autêntica da cultura norte-americana.

Uma das principais características do BridgeUSA está diretamente ligada à hospedagem. Os estudantes vivem na casa de uma família anfitriã voluntária, ou seja, uma família que não recebe remuneração para participar do programa.


Como parte do subsídio promovido pelo governo americano, essas famílias não podem receber pagamento. Em contrapartida, podem declarar a participação no programa em seu imposto de renda e obter um pequeno abatimento fiscal.


Tudo isso assegura que cada participante seja acolhido pela troca cultural e pela vontade genuína da família em proporcionar-lhe uma experiência verdadeiramente norte-americana.


Como é o processo de recrutamento e seleção das famílias anfitriãs?


As organizações credenciadas pelo Departamento de Estado para operar o programa — chamadas Sponsors ou J-1 Sponsors — são responsáveis por recrutar as famílias e acompanhar cada estudante durante todo o intercâmbio.


Essas organizações realizam eventos e reuniões de recrutamento em suas comunidades, buscando famílias interessadas em receber os estudantes da próxima temporada.


Cada família candidata passa por:

  • Entrevistas presenciais conduzidas por coordenadores locais do programa;

  • Verificação de antecedentes criminais;

  • Checagem de referências pessoais, como vizinhos ou membros da comunidade.


Além disso, a família preenche formulários e termos de concordância, nos quais declara:

  • ter condições financeiras para arcar com os custos de um estudante;

  • estar ciente de que o participante não pode atuar como empregado doméstico ou babá;

  • compreender que a motivação para hospedar não pode ser religiosa ou proselitista;

  • estar emocional e psicologicamente preparada para a experiência.


Após a aprovação, as famílias recebem os dossiês dos estudantes disponíveis e podem escolher quem gostariam de convidar para viver o intercâmbio em sua casa.


3 - É possível morar com uma família brasileira ou conhecida?


A colocação de participantes em famílias e escolas é feita exclusivamente pelos sponsors, com o objetivo de garantir neutralidade, integração e troca cultural autêntica. Então a resposta a esta pergunta pode ser Sim ou Não. Veja a seguir:


Conhecemos uma família domiciliada nos Estados Unidos que se ofereceu a ser anfitriã


Esta situação é o que se conhece por "Direct Placement" ou "Reverse Placement". Esta família precisará se candidatar ao programa e cumprir os requisitos e critérios de seleção e aprovação como qualquer outra, através de um representante do Sponsor na região.


O Sponsor também é responsável por averiguar se a escola pública disponível nesta localidade (geralmente atrelada ao CEP da família hospedeira) dispõe de vagas para estudantes internacionais participantes do programa BridgeUSA e, em última instância, se aceita a matrícula do participante em questão - por questões acadêmicas verificadas em seu histórico e vida escolar.


Conforme determinação do Departamento de Estado, uma família hospedeira e um intercambista J-1 precisam necessariamente atender aos seguintes critérios:

  • família e estudante não podem ser da mesma nacionalidade;

  • o idioma falado em casa não pode ser o mesmo idioma materno do estudante;

  • família e estudante não podem ser familiares ou parentes diretos entre si.


Uma família hospedeira, pelo BridgeUSA, não precisa necessariamente ser uma família nascida e criada nos Estados Unidos. Há inclusive várias famílias de cidadãos naturalizados norte-americanos mas nascidos em outros países - pois se entende que estas famílias também são representativas e igualmente importantes na formação do país e da população. Só não podem, neste programa J-1, ser da mesma nacionalidade do estudante ou falar em casa a mesma língua que ele.

Bandeiras do mundo lado a lado, simbolizando a diversidade cultural do programa BridgeUSA.
O BridgeUSA promove o intercâmbio entre culturas diferentes - famílias e estudantes não podem ter a mesma nacionalidade.

Uma situação bastante comum envolve famílias conhecidas dos pais, o que nos leva à próxima dúvida, a seguir:


Amigos ou parentes brasileiros do estudante moram nos EUA e os pais se sentem mais seguros sabendo que a família é de gente conhecida


Possível até é - mas nunca, em hipótese alguma, através do programa BridgeUSA, o intercâmbio com visto J-1. O princípio deste programa é divulgar a cultura norte-americana pelo mundo e é imprescindível que haja uma troca intercultural genuína.


Assim, relembrando o que acabou de ser explicado há poucos segundos:

  • família e estudante não podem ser da mesma nacionalidade;

  • o idioma falado em casa não pode ser o mesmo idioma materno do estudante;

  • família e estudante não podem ser familiares ou parentes diretos entre si.


Para casos assim, a alternativa é que isso seja feito através de um processo regular de estudante internacional, com visto F-1. Neste caso, as taxas escolares deverão ser ressarcidas aos cofres públicos e as famílias envolvidas negociam livremente se haverá entre elas algum tipo de compensação financeira.


4 - É possível escolher a cidade para este intercâmbio?


A resposta, curta e direta é: Não.


Esta resposta gera outra pergunta logo na sequência: Mas por quê não?


O intuito do BridgeUSA, conceitualmente e desde a sua criação há 80 anos, é divulgar, promover e apresentar a cultura dos Estados Unidos em sua essência - e não apenas através de locais turísticos ou famosos. É conhecer os Estados Unidos e sua gente como eles são. Do Hawaii ao Texas, de New Hampshire ao Alabama, do Alaska à Florida - os participantes do High School com J-1 têm a chance de vivenciar localidades e comunidades fora dos circuitos mais conhecidos, ou como dizemos aqui no Lounge, off the beaten track.

Como ocorre a definição da cidade, escola e família


Mapa dos Estados Unidos destacando diferentes estados e cidades que podem receber estudantes do programa BridgeUSA.
Os estudantes J-1 podem ser alocados em qualquer região dos Estados Unidos, de acordo com a disponibilidade de escola e host family.

Em termos menos subjetivos e agora mais práticos e objetivos, a participação está atrelada a vaga escolar e disponibilidade de uma família hospedeira interessada - e que, vale lembrar, escolheu especificamente aquele ou aquela estudante por afinidade de perfil.


A combinação vaga escolar + família hospedeira por si só já é um fator que restringe a colocação - pode haver a vaga escolar mas não há família disponível naquela jurisdição escolar; pode haver uma família interessada e aprovada porém a escola da região não aceita ou não tem mais vaga para internacionais.


Se este match acontecer, por exemplo, na cidade de Chattanooga no estado do Tennessee, é lá que se abriu uma oportunidade de colocação para os vários estudantes aguardando este placement.


Ainda no mesmo exemplo, a família de Chattanooga então olhará quem são os participantes da temporada e, com a ajuda e orientação do coordenador local indicado pelo Sponsor, escolherá um deles. Pode ser aquele rapaz da Mongólia que toca violino. Pode ser a estudante da Nova Zelândia que, embora venha de um país de língua inglesa, quer muito ter a experiência nos Estados Unidos por tudo o que ela sempre viu na mídia. Pode ser aquele garoto tímido da Itália que ama video-game, aquela garota da Bolívia que ama gatos e sonha ser veterinária. E eventualmente, pode ser... VOCÊ!


"Congratulations, you've been placed with the Smith Family in Chattanooga, TN."

5 - Tenho várias outras dúvidas além dessas, onde posso achar essa informação?


Estranho seria se não houvesse mais tantas outras dúvidas, não é mesmo? Isso é absolutamente normal e faz parte do processo - inclusive pode-se afirmar, com certa segurança, que o intercâmbio já começou. Uma parte dele é a viagem e a estadia no exterior em si; mas a jornada e o processo vão bem além disso.


Em breve traremos a parte 2 aqui no Blog do Lounge, com outras dúvidas frequentes. Você pode inclusive nos ajudar, comentando aqui no post as perguntas que você gostaria que fossem respondidas.


Intercâmbio com visto J-1: uma oportunidade cultural


Como já deu para perceber, este programa não é um curso de inglês nos EUA, não é uma mera viagem: há por trás o conceito de intercâmbio cultural, troca de experiências e, como consequência, desenvolvimento de maturidade, resiliência, empatia, tolerância e também as habilidades linguísticas, claro.


Estar bem informado e com as expectativas bem alinhadas e realistas é o que fará com que esta experiência única na vida de um jovem seja um sucesso.


ônibus escolar amarelo nos Estados Unidos, simbolizando o início da experiência BridgeUSA
Com o visto J-1, o participante do BridgeUSA embarca em uma jornada de aprendizado, amadurecimento e descoberta cultural.

O Concierge Acadêmico do Lounge está pronto para ajudar em todo o processo de informação, inscrição e seleção para o programa BridgeUSA. Clique aqui para conhecer os pré-requisitos e o preço para a próxima temporada High School 2026/27. A seleção está em andamento mas ainda restam algumas vagas. Agende um bate-papo com a gente e tire suas dúvidas!


Até a próxima!

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